Obesidade infantil: de quem é a culpa?
A obesidade pode ser considerada uma epidemia e deve ser encarada como doença e consequentemente um problema de saúde pública. Mas de quem é a culpa?
Quando você vê uma criança obesa na rua, seu primeiro pensamento é que ele deveria se exercitar mais e comer menos?
Há uma tendência em rotularmos tudo o que vemos. Mas será mesmo que a culpa da obesidade é do obeso? E no caso das crianças a culpa é dos pais?
Somos bombardeados todos os dias por informações, imagens, rótulos, propagandas e a indústria, através de pesquisas, sabe exatamente como domar nosso cérebro. É difícil lutar contra eles.
As campanhas de marketing influenciam as escolhas alimentares na infância e buscam fidelizar o consumidor desde pequeno.
Além de suas campanhas, alimentos ultraprocessados feitos a partir da combinação QUERIDINHA da indústria, GORDURA,AÇÚCAR E SÓDIO, são altamente viciantes e neste quesito se equipara ao vício a cocaína.
A propaganda direcionada a crianças se aproveita da vulnerabilidade de indivíduos em fase de desenvolvimento para incentivar o consumo.
Em 2010, a Organização Mundial da Saúde recomendou a redução da exposição das crianças à propaganda de alimentos, sobretudo aqueles com alta quantidade de açúcar, sal e gordura. Em 2012, a Organização Pan-Americana da Saúde aprofundou-se no tema e também apresentou recomendações de ações concretas por parte dos governos para reduzir a exposição das crianças à publicidade de alimentos.
Segundo a publicação Lancet, de 02/15, as iniciativas de regulação da propagada não foram suficientes.
Poucas ações foram implementadas para frear o intenso marketing da indústria de alimentos para crianças em todo o mundo desde a eliminação de anúncios que apresentam substitutos do leite materno.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), juntamente com organizações de defesa do consumidor de todo o mundo, está em campanha para pressionar a Organização Mundial da Saúde para a elaboração de um tratado global sobre alimentação saudável. O objetivo é incentivar os países a aprovar leis que efetivamente eliminem a propaganda de alimentos ao público infantil.
Para finalizar o texto da semana, deixo um vídeo que mostra como a propaganda de cigarros de antigamente se equipara às propagandas de comidas ultraprocessadas de hoje.
Rezo para o dia em que olharemos para estas antigas lavagens cerebrais e pensaremos em como pudemos acreditar no que diziam.